terça-feira, 7 de abril de 2009

A tsunami


Causas

Um tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa grande de água, tal como um sismo (movimento no interior da terra), um deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro. Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do mar sofre uma deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água. Os sismos tectónicos são um tipo particular de sismo que origina uma deformação da crosta; sempre que os sismos ocorrem em regiões submarinas, a massa de água localizada sobre a zona deformada vai ser afastada da sua posição de equilíbrio. As ondas são o resultado da acção da gravidade sobre a perturbação da massa de água. Os movimentos verticais da crosta são muito importantes nas fronteiras entre as placas litosféricas. Por exemplo, à volta do Oceano Pacífico existem vários locais onde placas oceânicas mais densas deslizam sob as placas continentais menos densas, num processo que se designa por subducção. Estas zonas originam facilmente tsunamis.
Deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os grandes tremores de terra, bem como o colapso de edifícios vulcânicos podem, também, perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Uma explosão vulcânica submarina violenta pode, do mesmo modo, levantar a coluna de água e gerar um tsunami. Grandes deslizamentos de terra e impactos de corpos cósmicos podem perturbar o equilíbrio do oceano, com transferência de momento. destes para o mar. Os tsunamis gerados por estes mecanismos dissipam-se mais rapidamente que os anteriores, podendo afectar de forma menos significativa a costa distante e assim acontece o tsunami.

História


Um declive menos acentuado na beira-mar faz as ondas perderem força, atenuando o tsunami

Uma maior profundidade na encosta joga as ondas para cima, amplificando a sua potência

Erupções vulcânicas injetam toneladas de lava no chão oceânico, gerando ondas devastadoras

Terremotos submarinos deslocam a crosta oceânica, empurrando a massa de água para cima

Uma bolha de gás surge no fundo do oceano, com o mesmo efeito de uma explosão descomunal
Embora os tsunamis ocorram mais freqüentemente no Oceano Pacífico, podem ocorrer em qualquer lugar. Existem muitas descrições antigas de ondas repentinas e catastróficas, particularmente em torno no Mar Mediterrâneo. Os milhares de portugueses que sobreviveram ao grande terremoto de Lisboa de 1755 foram mortos por um tsunami que se seguiu poucos minutos depois. Antes da grande onda atingir, as águas do porto retrocederam, revelando carregamentos perdidos e naufrágios abandonados. No Atlântico Norte, o Storegga Slide tem a maior incidência.

Santorini

Estima-se que terá sido entre 1650 e 1600 a.C. que ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou à formação de um tsunami cuja altura máxima terá oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de Creta foi devastada até 70km da mesma. Esta onda terá certamente eliminado a grande maioria da população minóica que habitava ao longo da zona norte da ilha.

Leste europeu


Leste Europeu

Divisão anterior a 1989 entre o bloco Ocidental (cinzento) e Oriental (laranja) pelas fronteiras actuais: a Rússia e outros países da antiga URSS (laranja escuro), e antigos países de regime socialista (laranja mais claro).
O Leste Europeu é uma região que abriga países situados na parte central ou oriental do continente europeu. Há várias interpretações para a abrangência do termo, freqüentemente contraditórias e influenciadas por fatores geopolíticos e ideológicos. O número de países que o Leste Europeu compreende depende da área incluída em cada interpretação.
Ainda assim, mesmo que não tenham nenhuma homogeneidade absoluta, grande número dos países da região apresenta várias similaridades, como a presença forte das nações e dos idiomas eslavos, e da religião cristã ortodoxa. Além disso, todos os estados-nações da região (à exceção da Grécia) adotaram em algum momento de suas histórias o regime econômico socialista e o regime político de partido único, a maioria deles entre os anos de 1945 e 1991.
A divisão entre Europa Oriental ou Europa do Leste e a Europa Ocidental ficou bem visível depois da cisão deste continente entre o bloco socialista e o capitalista, delimitada pela simbólica Cortina de Ferro. É considerada a Europa Oriental desde a fronteira germano-polonesa (germano-polaca), Hungria, Eslovênia, Croácia; até os montes Urais, divisão natural entre Europa e Ásia. Atentemos, já que existiam duas Europas Orientais; um termo com conotação geográfica e outro, política (do qual excluímos a Grécia), equivalendo à antiga área de influência da URSS.
Índice
1 Interpretações
1.1 Controvérsias acerca do termo
2 Características físicas
3 Características culturais
3.1 Cultura pop
4 Leste Europeu e Socialismo
5 Países
6 Regiões
7 Geografia
7.1 Montanhas
7.2 Rios
7.3 Florestas
7.4 Mares
7.5 Ilhas e penínsulas
8 Referências bibliográficas
9 Ligações externas
9.1 Organizações Regionais
9.2 Instituições de Análise Político-Econômica
9.3 Grupos Acadêmicos
10 Ver também

Interpretações

Igreja ortodoxa em Brest, Bielorrússia, com típicos blocos residenciais socialistas ao fundo
No imaginário comum ocidental bem como na maioria das fontes ocidentais o Leste Europeu é quase sinónimo do termo "países europeus pós-comunistas" (a única diferença é que actualmente já ninguém considera o território da antiga Alemanha Oriental parte do Leste Europeu).
Existem tentativas de transformar o Leste Europeu num termo puramente geográfico, diminuindo ou liquidando por completo a sua conotação histórica. É por isso que algumas fontes incluem no Leste Europeu a Grécia, e também às vezes o Chipre e a parte europeia da Turquia (países que nunca adoptaram o regime comunista).
Uma outra tentativa de acabar com a conotação histórica do termo Leste Europeu foi feita pelas Nações Unidas, que na sua divisão das regiões do mundo excluem do Leste Europeu todos os países que integravam a antiga Jugoslávia e a Albânia (que fazem parte do Sul Europeu) e os países bálticos (que fazem parte do Norte Europeu).
Os habitantes e fontes nos países europeus pós-comunistas utilizam o termo Leste Europeu normalmente apenas em relação a países mais a leste geográfico da Europa, isto é, à Rússia, à Ucrânia, à Bielorússia e à Moldávia. Os países situados a sul da Roménia, da Hungria e da Croácia são designados como os Balcãs, enquanto a Polónia, a República Checa, a Eslováquia, a Hungria, a Eslovénia e, ás vezes, a Croácia são normalmente designados como Europa Central.

Controvérsias acerca do termo

Alguns habitantes dos países pós-comunistas da Europa Central bem como dos países bálticos consideram frequentemente o termo Leste Europeu utilizado em relação aos países deles como pejorativo do ponto de vista cultural (o que tem muito a ver com o facto de este termo ter sido definido e usado por nacionalistas alemães do sec. XIX e XX em relação a povos localizados a leste da Alemanha em contextos racistas, que tinham como objectivo provar a inferioridade desses povos em relação à cultura germânica), errado do ponto de vista geográfico (grande maioria dos centros geográficos da Europa está localizada naqueles países ou muito perto deles, alguns até a leste deles, nas partes ocidentais da Bielorússia e da Ucrânia) e obsoleto do ponto de visto político - depois do fim da Cortina de Ferro o uso do termo Leste Europeu em relação a todos os países europeus pós-comunistas perdeu qualquer sentido, uma vez que actualmente referir-se-ia aos países tão diferentes como a Eslovénia, uma país desenvolvido, membro da NATO, União Europeia e com o PNB per capita maior do que o de alguns países da Europa Ocidental, e o Azerbeijão, um país em vias de desenvolvimento, sendo o único ponto em comum entre estes países o passado comunista. A insistência em utilizar o termo Leste Europeu da mesma forma que foi utilizado durante a Guerra Fria cria situações absurdas, como a de incluir em grupos diferentes países-irmãos que são a Finlândia e a Estónia, que partilham os mesmos valores, sistema económico, político, religião e têm tradições, línguas e localização geográfica parecidas.

Características físicas

O Leste Europeu apresenta relevo mais acidentado que a média da Europa Ocidental, incluindo diversas cadeias montanhosas, cordilheiras e serras, como os Cárpatos e os Urais. O clima é predominantemente continental temperado e, no verão, as temperaturas podem oscilar de 24°C a 35°C. Os invernos, contudo, são severos, com neve e freqüentes temperaturas abaixo do 0°C. A vegetação, mais densa e menos devastada, é rica em florestas de pinheiros (beneficiando a indústria madeireira na região, a maior da Europa). Além disso, possui um sistema hidrográfico muito amplo, com rios de longa extensão, que deságuam tanto no Mar Negro quanto no Báltico. Entre os maiores, contam-se o Danúbio, o Volga, o Dnieper, o Dniester, o Sava, o Drina e o Don. Na área da antiga União Soviética, o curso natural dos rios foi aproveitado para a construção de grandes canais navegáveis entre eles.

Caracteristicas culturais
A maioria dos estados considerados normalmente como integrantes do Leste Europeu têm como língua oficial uma das línguas eslavas. Os 10 estados do Leste Europeu que não têm como língua oficial uma das línguas eslavas são os seguintes: a Estónia e a Hungria (onde se falam línguas urálicas), a Lituânia e a Letónia (onde se falam línguas bálticas), a Moldávia e a Roménia (onde se falam línguas românicas), a Albânia, a Arménia, a Geórgia e o Azerbaijão.
Apenas quatro países do Leste Europeu (Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Bulgária) utilizam exclusivamente alfabeto cirílico. Outros quatro (Sérvia, República da Macedónia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro) utilizam dois alfabetos - cirílico e latino - concomitantemente. Já a Geórgia e a Arménia criaram os seus próprios alfabetos. Todos os outros utlizam exclusivamente alfabeto latino.
No Leste Europeu existe uma grande heterogeneidade religiosa. O Catolicismo é religião predominante na Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Croácia e Lituânia. O Cristianismo ortodoxo predomina na Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Roménia, Bulgária, Sérvia, Montenegro, República da Macedónia e Geórgia. O Protestantismo predomina na Estónia e Letónia. Já o Islão predomina na Bósnia e Herzegovina, Albânia e Azerbaijão.

Cultura pop

O Leste Europeu tem uma cultura pop rica mas pouco divulgada fora de suas fronteiras. Mesmo com as diferenças entre os países, é possível identificar alguns traços comuns, como a presença de forte influência da estética oriental na música, no design e na produção audiovisual. Em diversos deles, há uma mistura intensa entre televisão e política, com vários apresentadores de programas de auditório sendo também políticos e parlamentares atuantes.
O cinema talvez seja a mais conhecida das manifestações culturais recentes, a partir de cineastas premiados no Ocidente como o sérvio Emir Kusturica, o romeno Radu Mihaileanu e o russo Nikita Mikhalkov, e de filmografias como o cinema russo. Nos anos 1960 e 1970, era bem divulgada também a animação do Leste Europeu, que iniciou técnicas pioneiras em países como a Hungria e a então Tchecoslováquia.
Na música, em vários países predomina uma mescla entre ritmos tradicionais (conhecidos pelo intenso uso da modulação tonal) e estilos modernos/dançantes, como o turbofolk iugoslavo (com Ceca e Lepa Brena) e a chalga búlgara, mais O-Zone e Holograf na Romênia. Na Rússia e em outras antigas repúblicas da URSS, há uma forte cultura de música dance, techno e batidas eletrônicas que lançou nomes como as bandas t.A.T.u., Zemfira, as cantoras Alsu, Ruslana, Polina Gagárina e Mariana Sadovska, o cantor bielorrusso Dmitri Koldun, o cantor russo Dima Bilan e os cantores-mirins Vlad Krutskikh, Ksenia Sitnik e as Gêmeas Tolmatchovî.
É perceptível o crescimento de vários destes países no Festival Eurovision, com colocações expressivas nos últimos anos e quatro vitórias nas ultimas cinco edições.
Também tem estado na moda, dos anos 2000 em diante, uma onda de nostalgia dos regimes socialistas, principalmente por parte das novas gerações que eram muito crianças na época em que vigoravam. Presente principalmente no design gráfico e na publicidade, este movimento restaura símbolos e elementos estéticos do socialismo, como as bandeiras vermelhas, a foice-e-martelo e o Realismo Socialista, com status de retrô ou vintage. Nas repúblicas da ex-Iugoslávia, essa moda é apelidada de iugostalgia.

Leste Europeu e Socialismo

O Leste Europeu foi uma das regiões do mundo onde a ideologia socialista mais ganhou adeptos e permaneceu mais tempo como regime político e econômico instituído. Já no século XIX, o socialismo em sua vertente utópica era utilizado por movimentos emancipacionistas dos povos da região em sua busca pela libertação dos grandes impérios (Otomano, Austro-Húngaro, Russo). Entre as décadas de 1870 e 1890, vários dos países balcânicos ganharam independência dos turcos e adotaram a monarquia como forma de governo (Bulgária, Romênia, Sérvia, Montenegro), enfrentando-se mais tarde nas Guerras balcânicas. Já os submetidos à Rússia e à Áustria-Hungria permaneceram subjugados. Com a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa de 1917, o socialismo de orientação bolchevique passou a ser inspirador para inúmeros destes povos, principalmente onde a russofilia era mais acentuada (como na Bulgária).
No entre-guerras (1918-1939), os impérios centrais foram derrotados e os povos do Leste Europeu, reorganizados em novos estados (como a Tchecoslováquia e a Iugoslávia, depois extintos, e a Polônia). Principalmente nas monarquias parlamentares, a política polarizou-se entre radicais simpatizantes do fascismo (então em ascensão na Europa Ocidental) e do comunismo. A ideologia definiu o lado a que se aliaram quando rebentou a Segunda Guerra Mundial: enquanto os governos de Hungria, Romênia e Bulgária se aliaram ao nazi-fascismo do Eixo, a Polônia, a Tchecoslováquia e a Iugoslávia foram invadidas, repartidas e anexadas ou colocadas sob estados-fantoche (como na Croácia e na Eslováquia).
A libertação de vários destes países foi feita com a ajuda do Exército Vermelho soviético, que os ocupava à medida que avançava em direção a Berlim (coração do III Reich) — com exceção da Iugoslávia, da Albânia e da Grécia, onde a expulsão dos nazi-fascistas foi obtida com a resistência armada dos patriotas (partisans). Nestes últimos três casos, à libertação se seguiram breves guerras civis tripartites, ou seja, entre comunistas, monarquistas e democratas-republicanos.
Assim, no imediato pós-guerra, o socialismo foi associado diretamente à causa da libertação nacional e, muito por influência da União Soviética, os partidos comunistas chegaram ao poder nos governos locais. Em alguns deles houve um golpe de Estado para que isso ocorresse, como na Romênia e na Polônia. Em outros, porém, a adesão ao socialismo foi espontânea e democrática (como na Tchecoslováquia, onde o PC local tinha votos de 40% do eleitorado). Além disso, os três países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) foram anexados à URSS como repúblicas socialistas soviéticas.

Igreja ortodoxa com placa do McDonald's em Sofia, capital da Bulgária: após 1989, o capitalismo voltou rapidamente
O Leste Europeu foi o palco central da Guerra Fria, fronteira direta entre o bloco socialista e as potências capitalistas em reconstrução pelo Plano Marshall. Dizia-se que uma "cortina de ferro" havia sido baixada na região. Nesse contexto, foram criadas entidades para unir os países socialistas do Leste em cooperação política (Cominform), econômica (COMECON) e militar (Pacto de Varsóvia). No entanto, a experiência do socialismo no Leste Europeu foi diretamente influenciada pela URSS, usando o modelo político-econômico soviético como parâmetro de posicionamento (contra; a favor; neutro). Muitos desses países foram submetidos a ditaduras de esquerda em graus maiores ou menores de stalinismo (como as de Enver Hoxha na Albânia ou de Jivkov na Bulgária). A Iugoslávia de imediato rompeu com a orientação de Moscou e seguiu uma linha independente (chamada de titoísmo por causa de Josip Broz Tito). A Romênia viveu de uma tirania rígida sob Nicolae Ceausescu que no entanto repudiava Stalin e adotava uma política de enfrentamento anti-russa, nacionalista e chauvinista. Duas tentativas de reformas dentro do socialismo foram terminadas por intervenção das tropas do Pacto de Varsóvia: na Hungria em 1956 e na Tchecoslováquia em 1968.
Com o cisma sino-soviético e, depois, sino-albanês, a situação política do Leste Europeu se uniu coesa em torno do socialismo soviético, com as já citadas exceções da Iugoslávia (que buscou o caminho do não-alinhamento) e da Albânia.

Gare (estação ferroviária) de Brest, Bielorrússia, com a foice-e-martelo na fachada
A ascensão de Leonid Brejnev ao poder no PCUS levou relativa estabilidade política e estagnação econômica à região dos anos 1970 aos anos 1980. De forma geral, e sob pesada instigação das potências ocidentais (incluindo os serviços de inteligência como a CIA estadunidense), os regimes socialistas das democracias populares do Leste Europeu foram minados, de fora para dentro, por golpes orquestrados a partir da derrubada (ilegal) do Muro de Berlim em 1989. A isso seguiu-se a dissolução dos países federativos: a Tchecoslováquia virou República Tcheca e Eslováquia em 1990; a Eslovênia, a Croácia, a Macedônia e a Bósnia e Herzegovina saíram da Iugoslávia em 1991 e, em 31 de dezembro do mesmo ano — após uma fracassada tentativa de salvação nacional pela linha-dura do PCUS —, a União Soviética foi extinta e fragmentada em 15 repúblicas. No início de 1992, o único país socialista da região era a Iugoslávia restante, com apenas a Sérvia e Montenegro.
Com a dissolução do Bloco Socialista, a Guerra Fria acabou e os países do Leste Europeu aderiram à democracia liberal e capitalista. No entanto, vários dos novos governos da região eram compostos por integrantes da antiga nomenklatura (a antiga burocracia partidária dos PCs). Os últimos remanescentes socialistas hoje em dia no Leste Europeu são a Bielorrússia e a Moldávia, onde os partidos comunistas retornaram ao poder democraticamente por voto direto. Já em países como a Romênia, a Polônia e a República Tcheca, a esquerda praticamente não existe como força política atualmente, e os termos "comunismo" e "socialismo" são carregados de uma conotação negativa semelhante às de "nazismo" e "fascismo".

A queda do muro de berlim


Muro de Berlim

O Muro de Berlim ( "Berliner Mauer" em alemão) foi uma realidade e um símbolo da divisão da Alemanha em duas entidades estatais, a República Federal da Alemanha (RFA) e a República Democrática Alemã (RDA). Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: Berlim Ocidental (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos da América; e Berlim Oriental (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.
O Muro de Berlim caiu no dia
9 de Novembro de 1989, acto inicial da reunificação das duas Alemanhas, que formaram finalmente a República Federal da Alemanha, acabando também a divisão do mundo em dois blocos. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria.
O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
Índice:

1 Construção do muro
2 Reações da Alemanha ocidental
3 Reações dos aliados
4 Queda do Muro
5 Vítimas do Muro
6 Processos pelas mortes do muro
7 Ver também
8 Ligações externas


Construção do muro

Os planos da construção do muro eram um segredo do governo da RDA. Poucas semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim à pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental:
Vou interpretar a sua pergunta da maneira que na Alemanha Ocidental existem pessoas que desejam que nós mobilizemos os trabalhadores da capital da RDA para construir um muro. Eu não sei nada sobre tais planos, sei que os trabalhadores na capital estão ocupados principalmente com a construção de apartamentos e que suas capacidades são inteiramente utilizadas. Ninguém tem a intenção de construir um muro!
Assim, Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção.
Os governos ocidentais tinham recebido informações sobre planos drásticos, parcialmente por pessoas de conexão, parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que Walter Ulbricht havia pedido a
Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do Pacto de Varsóvia, a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental, incluindo a interrupção de todas as linhas de transporte público.
Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia intentassem inibir os actos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que propusessem implementar um guarda e controle efectivo. Dia 11 de Agosto, a
Volkskammer confirmou os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos ministros decidiu dia 12 de Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos fronteiriços.
Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões de trânsito a Berlim Ocidental. Eram apoiadas por forças soviéticas, preparadas à luta, nos pontos fronteiriços para os sectores ocidentais. Todas as conexões de trânsito ficaram interrompidas no processo (mas, poucos meses depois, linhas metropolitanas passavam pelos túneis orientais, mas não servindo mais as estações fantasma situadas no oriente).

Reações da Alemanha ocidental

Ainda no mesmo dia, o chanceler da Alemanha ocidental,
Konrad Adenauer, dirigiu-se à população pela rádio, pedindo calma e anunciando reacções ainda não definidas a serem implementadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim havia apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300 000 participantes em frente do Schöneberger Rathaus, em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro. Brandt participou nessa manifestação. Ainda em 1961, fundou-se em Salzgitter a Zentrale Erfassungsstelle der Landesjustizverwaltungen a fim de documentar violações dos direitos humanos no território da Alemanha Oriental.

Reações dos aliados

As reações dos Aliados ocidentais vieram com grande demora. Vinte horas depois do começo da construção do muro apareceram as primeiras patrulhas ocidentais na fronteira. Demorou 40 horas para reservar todos os direitos em Berlim ocidental em frente do comandante soviético de Berlim Oriental. Demorou até 72 horas para o protesto ser oficial em Moscou. Por causa desses atrasos sempre circulavam rumores que a
União Soviética havia declarado aos aliados ocidentais de não afectar seus direitos em Berlim ocidental. Seguindo as experiências no Bloqueio de Berlim, os Aliados sempre consideravam Berlim ocidental em perigo, e a construção do muro manifestou esta situação.
Reações internacionais, 1961:
A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra.
John F. Kennedy, presidente dos EUA.
Os alemães orientais param o fluxo de refugiados e desculpam-se com uma cortina de ferro ainda mais densa. Isto não é ilegal.
Harold Macmillan, primeiro-ministro britânico.
Contudo, o presidente norte-americano John F. Kennedy apoiou a ideia da cidade libre de Berlim. Mandou forças armadas suplementares e reactivou o general
Lucius D. Clay. Dia 19 de Agosto 1961 chegaram em Berlim Clay e o vice-presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson. Protestaram fortemente contra o chefe de estado da RDA, Walter Ulbricht, que havia declarado que as polícias popular e fronteiriça da RDA tivessem autoridade de controle sobre policias, oficiais e empregados dos aliados ocidentais. Finalmente até o comandante soviético na RDA mediou pedindo moderação do lado do governo alemão oriental.
Dia
27 de Outubro de 1961 houve uma confrontação perigosa entre tanques dos EUA e soviéticos ao lado do Checkpoint Charlie na rua Friedrich. Dez tanques norte americanos enfrentaram dez tanques soviéticos, mas todos se retiraram no dia seguinte. As duas forças não queriam deixar explodir a guerra fria, com o risco de uma guerra nuclear.

Queda do Muro

O Muro de Berlim caiu na noite de 9 de Novembro de 1989 depois de 28 anos de existência. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago Neusiedler See. O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.
Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strabe, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira.
Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram a hino nacional da Alemanha.

Vítimas do muro
Nos 28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não existem números exatos e há indicações muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia todas as informações sobre incidentes fronteiriços. A segunda vítima foi Günter Litfin que foi baleado pela polícia dia 24 de Agosto de 1961 ao tentar escapar perto da estação Friedrichstraße. No dia 17 de Agosto de 1962, Peter Fechter desangrou no chamado corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais, sendo a primeira vitima. Em1966, foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último incidente fatal ocorreu no dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de 32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.
Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem
desertores da república. Desertar da república era um crime que, segundo o artigo §213 do código penal da RDA, era punido com até 2 anos de prisão. Pessoas armadas, membros das forças armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais severamente punidas, se considerado culpado de escape da república, por pelo menos 5 anos de prisão.
Também houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes violentos no muro. A vítima mais conhecida era
Reinhold Huhn, que foi assassinado por um Fluchthelfer (pessoas que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira, ilegalmente). Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a sua propaganda, e para posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.

Processos pelas mortes do muro

Os processos judiciais do Schießbefehl, a respeito de se atirar em todas as pessoas que tentaram cruzar o Muro entre 1961 e 1989, demoraram até o outono de 2004. Entre os responsáveis acusados, estavam o presidente do Conselho de Estado,
Erich Honecker, o sucessor dele, Egon Krenz e os membros do Conselho Nacional de Defesa Erich Mielke, Willi Stoph, Heinz Keßler, Fritz Streletz e Hans Albrecht e ainda o presidente regional do partido SED em Suhl. Além disso, foram acusados alguns generais, como o chefe das forças fronteiriças, Klaus-Dieter Baumgarten e vários soldados que eram parte do Exército Popular Nacional (NVA) ou das forças fronteiriças da RDA.
Como resultado dos processos, 11 dos acusados foram condenados à prisão, 44 foram condenados a uma pena, que foi suspensa condicionalmente, 35 acusados foram absolvidos. Entre estes, Albrecht, Streletz e Keßler foram condenados a vários anos de prisão. O último processo acabou dia
9 de Novembro de 2004, exatamente 15 anos depois da derrubada do Muro, com uma sentença condenatória.

A Austrália

A Austrália
A Austrália (em inglês Australia), oficialmente Comunidade da Austrália (Commonwealth of Australia) é o maior país da Oceania, ocupando todo o "continente australiano", e várias ilhas adjacentes. O continente-ilha, como a Austrália por vezes é chamada, é banhado pelo oceano Índico, a sul e a oeste, pelo mar de Timor, mar de Arafura e Estreito de Torres, a norte, e mar de Coral e mar da Tasmânia, a leste. Através destes mares, tem fronteira marítima com a Indonésia, Timor-Leste e Papua-Nova Guiné, a norte, e com o território francês da Nova Caledónia a leste, e a Nova Zelândia a sudeste. A capital do país é a cidade de Camberra. A população é de cerca de 21 milhões de habitantes, sendo que 60% desse total vive nas cidades de Sydney, Melbourne, Brisbane, Perth e Adelaide.
Etimologia

O nome Austrália vem da palavra em latim australis, que significa "do sul", e sua origem data de lendas do século II de "terra desconhecida do sul" (terra australis incognita). O explorador Matthew Flinders deu o nome para o lugar de Terra Australis, que mais tarde foi abreviado para a forma actual. Anteriormente, quando os holandeses exploraram a área chamaram-na de Nova Hollandicus ou Nova Holanda. Flinders mais tarde renomeou a terra para Australia, em 1804, enquanto estava preso pelos franceses em Maurícia. Quando retornou à Inglaterra e publicou seus trabalhos, em 1814, foi forçado a trocar o nome para Terra Australis pelo almirantado britânico. Tomando conhecimento da preferência de Flinders por Austrália, o governador Lachlan Macquarie, de New South Wales, começou a usar o nome em seus despachos para a Inglaterra. Em 1824 o almirantado britânico finalmente aceitou que o continente deveria ser conhecido oficialmente como Austrália.
A palavra Austrália é pronunciada localmente como
AFI: [/əˈstɹæɪljə/] ou AFI: [/əˈstɹæɪjə/] (IPA). Um costume muito popular entre os falantes da língua inglesa é chamar os australianos (australians) de aussies (lê-se "ózis")
História

A Austrália faz parte do continente mais novo do mundo - a Oceania. Apesar de ser habitada por aborígines há mais de 40 mil anos, somente há dois séculos iniciou-se sua colonização por europeus. Geograficamente para o mundo, a Austrália era um continente invisível, uma vasta terra que estranhamente foi desconsiderada pelos cartógrafos sem nada que justificasse a sua ausência nos mapas-múndi.
Segundo algumas versões, portugueses e holandeses, bem como outros povos, passavam ao largo da costa e, no entanto, nunca acharam convidativa uma possível colonização.

Retrato do comandante James Cook,por Nathaniel Dance (~1775).
Dois séculos depois o capitão inglês James Cook foi enviado para fazer uma expedição científica neste desconhecido lugar. Conta a história que a 28 de Abril de 1770, após circunavegar o continente, ele finalmente desembarcou na costa leste australiana. Continuou viagem para norte, e, a 22 de Agosto, proclamou a posse do território, a que se deu o nome de New South Wales, (Nova Gales do Sul). Iniciava-se assim a colonização inglesa da Austrália, no começo feita apenas com o objectivo de "esvaziar" as cadeias britânicas. Os condenados, após cumprirem a sua pena em solo australiano, recebiam uma pequena parcela de terra, desde que não houvesse habitantes nativos nelas. Aos poucos foi-se ampliando o domínio dos ex-saqueadores ingleses naquele vasto e desprotegido continente, até, por volta de 1950, o censo mundial estimar a população australiana em menos de 5 milhões de habitantes.
O país é uma nação multicultural que recebeu e recebe imigrantes desde o início do processo de colonização européia de forma efetiva e duradoura, no século XVIII, pelo Reino Unido. Por isso, a maioria étnica da populaçao é de origem britânica, porém é significativa a presença de outras minorias étnicas, como gregos, asiáticos e os marginalizados nativos (restam 2% do total da população), dizimados pela implantação da "moderna" sociedade branca européia. A Austrália tornou-se independente do Império Britânico em 1942, mas faz parte do Commonwealth (Comunidade Britânica das Nações).
Ver também: Descoberta da Austrália

Política

A Austrália é uma monarquia constitucional. O chefe de estado é a rainha Elizabeth da Grã-Bretanha, representada pelo governador geral australiano. O governo emana de um Parlamento eleito por sufrágio universal.
O Parlamento Federal é composto pelo Senado e pela Câmara dos Representantes. O primeiro-ministro, atualmente Kevin Rudd, é o líder do partido político com maior número de deputados na Câmara dos Representantes, da qual são ainda selecionados os outros ministros. O Senado é composto de 76 membros, com representação igual para todos os estados, como no Senado dos Estados Unidos da América. Um estado elege doze senadores, mas um território (como o Território do Norte ou o Território da Capital Australiana) pode eleger somente dois senadores.

O parlamento australiano em Camberra.
A Câmara dos Representantes, cujo modelo é a Câmara dos Comuns na Grã-Bretanha, é composta de 148 membros. A representação dos estados nesta Câmara é determinada pelo tamanho da sua população, mas cada distrito eleitoral tem somente um membro. O Senado tem o poder de modificar os projetos de lei da Câmara dos Representantes, que inclui assuntos fiscais. Em 1975, houve uma crise constitucional, quando o Senado não aprovou o orçamento do governo trabalhista de Gough Whitlam. A paralisia legislativa resultou na demissão do primeiro-ministro pelo governador-geral, Sir John Kerr.
Este ato controverso pelo representante da Rainha, contribuiu para o apoio crescente para uma república, mas no referendo de 1999, houve divisões entre os republicanos sobre a questão da escolha do presidente. Embora muitos australianos apoiassem a declaração de uma república, desejavam um presidente escolhido por eleição direta, não por nomeação do Parlamento Federal.
Geografia

De longe, a maior parte da Austrália é composta de desertos ou zonas semi-áridas — 40% da massa terrestre está coberta por dunas de areia. Só os cantos sudeste e sudoeste têm clima temperado e um solo moderadamente fértil. A parte norte do país tem um clima tropical: parte é floresta tropical, parte são pastagens e parte é deserto.
Enquanto a maior parte do país se caracteriza pelo clima subtropical seco, as regiões situadas, de uma maneira geral, ao norte do Trópico de Capricórnio possuem clima tropical com a estação chuvosa nos meses de verão. A costa oriental, por sua vez, recebe chuvas monçônicas. A Grande Barreira de Coral, maior recife de coral do mundo, situa-se a pouca distância da costa nordeste e estende-se por mais de 1200 quilómetros. O Uluru (conhecido como Ayers Rock até 1986) é o maior monolito do mundo e situa-se na Austrália central. A vegetação em geral é de savanas e temperadas (eucaliptos), e sua fauna é uma consequência direta de seu milenar isolamento geográfico.

Uluru, o maior monolito do mundo.
Formada por um imenso bloco conquistado à costa, a Austrália é um pouco variada em termos de relevo e de paisagem.
Dois terços do país são ocupados pelo Escudo Australiano, uma vasta planície desértica cuja monotonia só é quebrada por montanhas pouco elevadas e alguns cumes arredondados, isolados no meio das planícies. A leste deste Escudo, a Grande Bacia Artesiana estende-se entre o golfo de Carpentária e o lago Eyre. É nesta grande depressão que se encontram as reservas subterrâneas de água e a única bacia fluvial com alguma importância: o Murray-Darling.
Ocupando toda a parte oriental, da península do Cabo York à Tasmânia, surge uma sucessão de modestas montanhas e planaltos, que constitui a Cordilheira Australiana. Esta prolonga-se para sueste através dos Alpes Australianos, nos quais se encontram os cumes mais altos do país, como por exemplo o Monte Kosciuszko, que tem 2228m.
Em Números:
Superfície: 7 686 850 km²
População: 21,197,569 habitantes
Densidade populacional: 2,6 habitantes/km²
Urbanização: 75% da população vive nas oito grandes cidades.
Pontos culminantes: Monte Kosciusko (2228m)
Altitude mínima: Lago Eyre (-12m).
Costas 25760 km.
Fauna e flora

A Austrália tem grande diversidade de fauna e flora, já que boa parte do país é desértica ou semi-árida, mas também existem diversas regiões onde o clima é mais ameno. Existe um órgão federal com o fim de proteger a fauna e a flora australianas. Uma importante particularidade da fauna australiana é a ocorrência de diversas espécies marsupiais.

Canguru, um dos animais-símbolos da Austrália.
O isolamento da Austrália tem favorecido a evolução de uma fauna que não se parece com nenhuma outra do planeta. A mesma caracteriza-se, sobretudo, pela presença de marsupiais (animais com uma bolsa para as crias) entre os quais destacam os cangurus, wallabees ou coalas (alimentam-se exclusivamente de folhas de eucaliptos), wombats ou topos marsupiais. Os mamíferos marsupiais desapareceram no resto dos continentes ao sucumbir à supremacia dos mamíferos placentários (os marsupiais finalizam a gravidez no exterior, em uma bolsa onde a mãe tem um mamilo interno para alimentar o filhote). Destacam espécies como o ornitorrinco, próprias e exclusiva do país, a equidna e o tamanduá espinhoso. Quanto à fauna marítima encontram-se baleias, golfinhos, pinguins, lobos-marinhos, focas de diversas espécies e tipos aquáticos. Quanto aos carnívoros, o país conta com uma só espécie, o dingo, ou cão selvagem. Cobras são comuns. E os crocodilos só existem nas zonas tropicais. O diabo espinhoso oferece um aspecto feroz, mas na realidade trata-se de um animal de menos de 20 centímetros de comprimento e é totalmente inofensivo. No sul da Tasmânia pode-se admirar um estranho animal chamado Diabo da Tasmânia, um carnívoro marsupial parecido com a raposa. Quanto à ornito-fauna, é rica e variada com mais de 650 espécies, destacam os pássaros lira ou pássaros do paraíso, papagaios, casuarws, cisnes pretos, louros e emus. Pois nem todos os animais são nativos da Austrália. Os camelos foram trazidos do Afeganistão para trabalhar no deserto; porcos, cavalos e coelhos foram enviados também ao continente, e assim, um grande número de outros animais chegaram á Austrália. Isto significou uma problemática alteração do meio ambiente, prejudicando o homem e os animais naturais que já lá estavam; muitas espécies desapareceram, embora agora se estejam a realizar trabalhos de proteção para moderar os destroços.
A flora da Austrália caracteriza-se pelo reduzido número de formas e pela alta percentagem de espécies endémicas e espécies típicas exclusivas de cada área. Na zona da Cordilheira Australiana encontram-se bosques de eucaliptos, acácias, cedros e pinheiros, enquanto nas terras baixas predominam a savana, as pradarias e a vegetação própria da estepe. Nas regiões mais áridas e nos desertos prevalece uma flora espinhosa conhecida como "scrub". Porém, na região do oeste existem mais de 6.000 variedades de flores, que desabrocham entre os meses de Setembro e Novembro. Mesmo assim, não se deve esquecer que na Austrália os corais e as madrepérolas atingem o seu maior desenvolvimento.
Por outro lado, deve-se dizer que Austrália foi o primeiro país a declarar uma determinada zona como Parque Nacional no ano de 1879. O país conta com zonas declaradas Património Universal, como a grande barreira de Coral, Uluru (Ayers Rock), os Bosques Pluviais de Queensland, a Ilha de Fraiser ou os vales do sudeste da Tasmânia, entre outras muitas zonas. Austrália conta com 2.000 Parques Nacionais e Reservas.
Economia

Centro financeiro de Sydney à noite.
A economia australiana é uma das maiores e mais avançadas do mundo. Mesmo tendo somente uma população estimada em 20 milhões de habitantes é atualmente a 17ª maior economia do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional. Esta é muito diversificada: a indústria desenvolve atividades ligadas ao setor primário, como a produção de alimentos, principalmente na produção de gado ovino e de seus derivados, como lã. Além de vinhos, tabaco, trigo e a exploração mineral, as atividades que exigem maior tecnologia, como a indústria de máquinas e equipamentos, a indústria química, metalúrgica, siderúrgica e petroquímica. As exportações australianas também incluem bens alimentícios, como carne e trigo, e minérios, como bauxita, chumbo, níquel, manganês, além de ouro e prata.
O setor de serviço tem o maior peso, principalmente pelo fator turistico. A indústria e a agricultura representam um importante papel.
A Austrália faz parte do tratado internacional APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que tem por objetivo transformar os países à volta do Pacífico em uma área de livre comércio, e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.
As fazendas do interior do país são modernas e avançadas, produzindo diversos materiais in situ. Elas formam o arcabouço da economia australiana.
A Austrália já sediou duas vezes os Jogos Olímpicos de Verão. A primeira vez em 1956 na cidade de Melbourne e em 2000, em Sydney.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A história da Europa

A História da Europa descreve a passagem do tempo desde os primeiros humanos que habitaram o continente europeu até a atualidade. A primeira evidência do Homo sapiens na Europa data de 35 000 a.C. O relato mais antigo feito sobre o continente é a Ilíada, de Homero, da Antiga Grécia, que data de 700 a.C. A república romana foi estabelecida em 509 a.C., e usurpada pelo Novo Império de Otaviano na metade do primeiro século. A religião cristã foi adotada no século IV e organizada no sexto, dentro do Império, pelo Imperador Justiniano I (527-565) como uma Pentarquia em suas cinco cidades mais importantes: Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria. Confrontado com ataques bárbaros e a praga, o Império foi dividido entre Leste e Oeste, e a Idade Média se instalou no coração da Europa Ocidental. O Império Bizantino manteve a luz da civilização queimando no Leste. O cisma dentro da autoridade da igreja em 1054 aconteceu em seguida à divisão anterior de 451, e foi prosseguida das Cruzadas do oeste para recuperar o leste da Invasão dos Muçulmanos. A sociedade feudal começava a ruir enquanto os invasores mongóis carregavam a peste negra com eles. Os muros de Constantinopla caem em 1453, e ainda o Novo Mundo é descoberto em 1492, por iniciativa de Portugueses e Espanhóis. A Europa acorda do período medieval através do redescobrimento do ensinamento clássico. A Renascença foi seguida da Reforma Protestante, do padre alemão Martinho Lutero, que atacou a autoridade papal. A guerra dos 30 anos, o Tratado de Vestfália e a revolução Gloriosa deram a base para uma nova era de expansão e o Iluminismo.
A revolução industrial, começando na Grã-Bretanha, permitiu às pessoas, pela primeira vez, não dependerem mais de material de subsistência.O recente Império Britânico dividiu-se assim como suas colônias na América revoltadas para estabelecer um governo representativo. Uma mudança política na Europa aconteceu a partir da Revolução Francesa, quando as pessoas gritavam “Liberté, Egalité, Fraternité”. O líder francês seguinte, Napoleão Bonaparte, conquistou e reformou a estrutura social do continente através de guerras até 1815. Quanto mais e mais donos de pequenas propriedades ganhavam poder de voto, na França e no Reino Unido, a atividade socialista e dos sindicatos desenvolveu-se e a revolução se instalou na Europa em 1848. Os últimos vestígios de servidão foram abolidos da Áustria-Hungria no mesmo ano. A servidão russa foi abolida em 1861. As nações balcânicas começaram a ganhar suas independências do Império Otomano. Depois da Guerra Franco-Prussiana, Itália e Alemanha foram formadas de grupos de principados em 1870 e 1871. Conflitos desencadearam-se ao redor do globo, em uma série de impérios, até que a procura do lugar ao sol acabou com o início da Primeira Guerra Mundial. No desespero da guerra, a Revolução Russa prometia ao povo “paz, pão e terra”. Além de humilhada com o Tratado de Versalhes, a Alemanha tem sua economia destruída com a grande depressão e uma nova grande guerra. Com a vitória do capitalismo e do comunismo sobre o fascismo, começou uma nova ordem mundial conhecida como guerra fria. A Europa Ocidental formou uma área de livre comércio, dividida pela Cortina de Ferro da União Soviética. Quando o muro de Berlim caiu em 1989, a Europa assinou um novo tratado de união, que em 2007, compreendia 27 países europeus.

O fim da URSS

Após a II Guerra Mundial

Após a II Guerra Mundial, a URSS converteu-se, lado a lado aos EUA, numa das maiores potências mundiais. Tem início um período de tensão mundial que ficou conhecido como Guerra Fria, que contrapôs por quase 45 anos os dois maiores arsenais do mundo, o norte-americano e o soviético. Ao mesmo tempo em que essas forças antagônicas se confrontavam internacionalmente, dentro da URSS, o final dos anos 50 e início dos anos 60 presenciaram alguns dos momentos mais prósperos do país. Ocorreram sérias melhoras na oferta de produtos para o consumo da população (nada comparável aos níveis de consumo do mundo capitalista ocidental, mas para os níveis soviéticos, um grande progresso), aumento da oferta de moradias e, grande glória soviética, a saída na frente na corrida espacial: o lançamento da primeira nave espacial não tripulada (o Sputinik), o lançamento do primeiro ser vivo no espaço (a cachorrinha Laika) e, pouco depois, o lançamento do primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, que voltou são e salvo.Na política mundial, a URSS mostrava seu poderio militar e a capacidade de influência ideológica, opondo-se aos EUA onde quer que a Guerra Fria assim demandasse. Dessa forma, assiste-se à Guerra da Coréia, à Crise dos Mísseis em Cuba, à construção do muro de Berlim e ao recrudescimento do conflito do Vietnã. A indústria bélica soviética, impulsionada pela corrida com os EUA, crescia a passos largos, desenvolvendo armas, bombas atômicas e de hidrogênio cada vez mais poderosas e sofisticadas.

A URSS entre 1945 e 1991

Esse desenvolvimento militar não foi, entretanto, acompanhado pela indústria de consumo civil, que na década de 70 se viu ultrapassada em qualidade e oferta pelos produtos do mundo capitalista ocidental. Em outra frente, a agrícola, as coisas iam de mal a pior: por ineficiência técnica e problemas climáticos (invernos rigorosos), as colheitas soviéticas declinavam vertiginosamente. Em meados dos anos 70, a URSS foi obrigada a importar trigo do ocidente, com produtos vindos da Europa, EUA e até Argentina. O governo soviético de Leonid Brezhnev, ciente da necessidade de direcionar para o setor civil parte do desenvolvimento obtido na indústria bélica, tentava esvaziar a corrida armamentista, assinando com os EUA vários acordos para redução da fabricação de mísseis, como os acordos SALT.Entretanto, a envelhecida liderança soviética não era capaz, por comodismo ou ineficiência, de promover as mudanças radicais de que a URSS precisava. Assim se passam os anos 70. As coisas se aceleram na década de 80. Do outro lado do Atlântico, chega ao poder dos EUA Ronald Reagan, que, como presidente do conservador Partido Republicano, vê na URSS um mortal inimigo a ser combatido em todas as frentes. O governo norte-americano passa a armar as guerrilhas afegãs, afundando a URSS numa guerra de desgaste violento. Por sugestão do presidente, a indústria de guerra americana começa a desenvolver um sistema de defesa espacial antimísseis, que ficou conhecido como “Guerra nas Estrelas”. Isso era muito para a indústria bélica soviética e as velhas lideranças do PC. Em 1982, morre Leonid Brezhnev, substituído por Yuri Andropov. Dois anos depois Andropov também morre e é substituído por Constantin Tchernenko, que em menos de um ano também falece. Estava aberto o caminho para a nova liderança. Sobe ao poder em 1985, como secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev. Pela primeira vez a URSS tem um líder que não havia participado da Revolução Russa ou da II Guerra Mundial, alguém que havia feito carreira dentro das universidades soviéticas, que havia participado do governo, como Ministro da Agricultura, e conhecia de perto os problemas que a URSS vinha enfrentando.
Sua primeira proposta, ao assumir o governo, foi promover uma tentativa de reestruturação do socialismo soviético, injetando maior dinamismo à economia. Essa proposta, conhecida como perestroika, pregava maior liberdade no funcionamento das empresas, maior liberdade para as iniciativas privadas e a possibilidade, se bem que limitada, de investimentos externos. Como tal proposta não surtisse alterações, apesar de aplaudida pelos líderes do partido, Gorbachev tenta uma segunda proposta: a glasnost. A palavra russa, que significa “transparência”, queria dizer que eram necessárias críticas ao sistema para que este se reestruturasse. A glasnost propunha, então, maior liberdade de expressão, maior possibilidade para que as pessoas manifestassem suas insatisfações, o que favoreceria a busca de soluções para os problemas.
Se, por um lado, a glasnost permitiu realmente maiores críticas ao sistema, por outro lado, diversas pendências que se arrastavam pelos anos de fechamento político começaram a vir à tona: a insatisfação de membros do Partido Comunista diante da falta de oportunidades políticas dentro do PC, entre eles Boris Yeltsin, ex-prefeito de Moscou, que sai do partido para fundar outra agremiação política (mais tarde seria eleito presidente da República da Rússia, ainda dentro da URSS); o desejo de independência por parte de nacionalidades descontentes dentro da União etc.
As reformas que eram encaminhadas por Gorbachev, e eventualmente aprovadas pelo Congresso, não surtiam efeito. Aumentava a insatisfação popular. Na véspera da votação de um nova lei sobre a estrutura da federação, membros conservadores do Partido Comunista promovem um golpe contra Mikhail Gorbachev. Ele foi preso em uma casa de campo na Criméia, enquanto os golpistas promulgavam na televisão um retorno aos antigos princípios da URSS. Os golpistas conclamam o povo e as Forças Armadas a apoiá-los. Entretanto não há reação, nem do povo, nem do Exército. Isso dá oportunidade a que os grupos que haviam conseguido destaque durante os tempos de glasnost promovessem um contragolpe. Liderados por Boris Yeltsin e com o apoio dos presidentes de outras repúblicas, os contragolpistas libertaram Gorbachev e prenderam os líderes reacionários do PC. Gorbachev tentou retomar a liderança da URSS, mas era tarde demais. O golpe conservador havia esfacelado a força moral do Partido Comunista. É proibida a atuação do Partido Comunista, e os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia decidem pelo fim da URSS. Na verdade, o esfacelamento do país já havia começado um pouco antes, durante o golpe conservador do PC, quando as repúblicas bálticas da Estônia, Letônia e Lituânia declararam independência. Em 25 de dezembro de 1991 tem fim a URSS, fazendo surgir 15 novos países. Além dos bálticos, ganharam a independência Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Casaquistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Quirguistão. Assim a URSS, cuja criação e história no século XX resultou na morte de milhões de pessoas, é extinta praticamente sem grandes violências.

Crise atual da Rússia

Quando do final da URSS, em 1991, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia tentaram criar uma nova organização que, respeitando a independência política de cada uma, mantivesse o funcionamento da economia dos países. Assim surgiu a CEI, Comunidade dos Estados Independentes, que enveredava pelo sistema econômico capitalista. Essa organização recebeu a adesão relativamente rápida das outras repúblicas, compondo 12 países no final de 1993. É claro que o sucesso da CEI dependia muito do crescimento econômico da Rússia, entretanto não foi isso que se observou.
No campo político, ocorreu a agitação dos movimentos nacionalistas, com conflitos generalizados na Geórgia, guerra civil no Tajiquistão e o conflito entre Armênia e Azerbaijão por territórios com minorias étnicas de ambos os grupos. Esses problemas ainda persistem hoje, mas foram suplantados por um problema mais sério: a crise econômica.
Mas como passar de um sistema econômico em que o Estado é responsável por toda a economia para um sistema em que a iniciativa é livre e depende do cidadão? Não é um processo fácil e, nos países recém-emancipados, a situação tornou-se caótica. A instabilidade política imperou nos primeiros momentos, especialmente com o golpe levado a cabo por Boris Yeltsin contra o Parlamento da Rússia, controlado por antigos membros do PC soviético, e com o domínio das políticas locais pelos antigos caciques dos PCs das repúblicas. A corrupção, já endêmica na antiga URSS, alastrou-se por vários setores da sociedade. Aumenta a violência, com o surgimento de grupos mafiosos e o aumento do tráfico de drogas. Surgem grupos de novos-ricos, os chamados oligarcas, pessoas que pertenciam ao PC e conheciam quais ramos da economia possuíam maiores possibilidades de sucesso econômico e, da noite para o dia, arrebataram esses setores e tornaram-se milionários.
Os problemas econômicos se avolumam. A desativação do sistema de produção socialista implicou o fim dos subsídios estatais e o fechamento de dezenas de empresas e fábricas. Algumas chegaram a ser dadas aos antigos funcionários. Os salários foram, num primeiro momento, desvalorizados pela inflação resultante da adequação da moeda russa (o rublo) às moedas internacionais. Muitos funcionários públicos ficam sem seus meios de sustentação. Volta o desemprego, gerando massas de miseráveis. No campo, ocorre a desativação dos antigos sistemas socialistas, os kolkhozes (cooperativas agrícolas) e os sovkhozes (fazendas estatais), fazendo cair a produção agrícola de cereais.
Por sinal, uma característica desse primeiro momento das repúblicas emancipadas foi a perda de cerca de 40% de seus PIBs (Produto Interno Bruto). Sem dúvida alguma, as repúblicas da CEI, notadamente a Rússia, possuem um enorme potencial em riquezas minerais para impulsionar seu crescimento, mas sua utilização sofre outra ameaça: a degradação ambiental. É sabido que a Sibéria possui vastas porções de seu território poluídas pelos métodos arcaicos de exploração e, entre o Casaquistão e o Uzbequistão, os projetos de irrigação de plantações de algodão praticamente secaram o Mar de Aral.
É dentro deste contexto que se observam problemas como o separatismo checheno, que leva terror à capital da Rússia, Moscou, e desencadeia forte repressão a esse povo, habitante da região do Cáucaso. Atacados pelo exército russo em 1996, os separatistas não se intimidam e respondem com ataques terroristas. Uma nova reação do governo russo, já então presidido por Vladimir Putin, desencadeia mais um ataque entre o final de 1999 e princípio de 2000.
Recentemente, instaurou-se uma crise política na Rússia que ganhou repercussão internacional, em decorrência de um acidente que provocou o naufrágio do submarino Kursk no Mar de Barents, resultando na morte de 118 marinheiros.

Guerra fria

A Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991).
Uma parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, representado pelos EUA e o socialismo, defendido pela União Soviética (URSS). Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais e envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.
É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se nos anos 1960 para 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan "Guerra nas Estrelas".
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. A Guerra da Coréia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979-1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos míssei em Cuba (1962). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e URSS.
Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes pólos de poder mundial, é que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar. Principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas EUA e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de disuasão nuclear.
Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado aos EUA, logo poderia ser visto com simpatia pelo soviético e receber apoio